O sistema numérico tornou-se um instrumento cultural central em nossa
sociedade, o qual a criança tem que se apropriar do conceito de número. Assim,
as noções matemáticas envolvidas nesse sistema podem ser construídas a partir
das situações do dia-a-dia, cabendo ao professor apoiar o desenvolvimento do
pensamento lógico matemático. É possível proporcionar a construção do
pensamento numérico utilizando jogos em grupo e situações do cotidiano, que
podem ser o conteúdo da vida das crianças e as situações apresentadas em aula.
Estes momentos são proporcionados por meio de experiências
diversificadas que promovam habilidades de classificar, seriar e ordenar
juntamente a uma metodologia que permita às crianças encontrarem suas próprias
soluções, que as debatam com os seus colegas, num pequeno grupo, ou mesmo com
todo o grupo, apoiando a explicitação do porquê da resposta num processo de
reflexão. A construção do conceito de número mostra que este é construído por
cada criança a partir de todos os tipos de relações que ela cria entre os
objetos. Quanto mais diversificadas as experiências, melhores são as
possibilidades de compreensão deste. Como as relações estabelecidas são
próprias de cada sujeito, podemos afirmar que o número é uma construção interna
e individual da criança.
Para ajudar a construção do conhecimento matemático autônomo e
produtivo, pelos alunos, é necessário incentivar a experimentação, valorizar as
estratégias escolhidas por eles para resolver um problema, incentivar que
tentem expor, por escrito ou oralmente. Ou seja, a sala de aula deve
proporcionar momentos de produção e reflexão individual para os alunos.
Partindo do pressuposto que a criança constrói os conceitos através da
experiência com objetos e da interação social, é de grande importância a
manipulação de materiais de contagem e do cotidiano, e discussões que antecedam
a realização de atividades propriamente matemáticas.
A ação do professor é
extremamente necessária durante o processo, pois é ele que vai efetuar a
seleção do material apropriado às questões mais significativas, bem como
apresentar as atividades de forma sequenciada que leve a uma abstração
gradativa.
Na aprendizagem da matemática e na construção do número é fundamental
que a criança se aproprie dos conceitos que antecedam à escrita do número
propriamente dita. Daí a necessidade da construção dos conceitos de
classificação, seriação, inclusão, conservação e outros em uma matemática viva,
dinâmica e significativa.
A formação do conceito de número muitas vezes é confundida pelo
reconhecimento dos algarismos, escrita e domínio da contagem numérica, no
entanto, é mais que isso, o processo é longo e complexo.
No início é fundamental a noção
de quantidade através das comparações de elementos, a princípio com poucas
quantidades aumentando-as gradativamente. É preciso variar muito os materiais e
o contexto (atividades ou jogos). A criança precisa se sentir desafiada a
experimentar, conhecer o novo, criar estratégias e confrontar os dados da
intuição com os da lógica.
As atividades devem ser
escolhidas considerando o interesse das crianças, suas necessidades e o estágio
de desenvolvimento em que se encontram.
Devem ser realizadas coletivamente e cooperativamente, pois as
brincadeiras, construções e jogos levam às trocas, comparações e descobertas
estratégicas e por meio delas o professor obtêm informações a respeito do que
as crianças conhecem, como e o que estão aprendendo, como pensam e como estão
evoluindo.
A motivação é importante para que
a aprendizagem aconteça de fato, portanto, antes do início de qualquer processo
de ensino, é preciso ver quais as motivações do aluno e procurar adequá-las às
atividades.
O conhecimento de como a criança constrói o conceito de número é
fundamental para que os professores possam planejar a sua intervenção educativa
com estratégias e atividades que favoreçam esta construção e tornem o número
significativo para o contexto na qual estão inseridas. Um aluno passivo tem poucas oportunidades de
aprender Matemática. É necessário agir, discutir, refletir, propor soluções e
buscar caminhos para a solução de um problema. Nesta perspectiva, os erros
cometidos pelos alunos adquirem todo um novo significado. O professor, ao
analisá-los, poderá perceber o raciocínio desenvolvido pelo aluno e buscar estratégias
e questionamentos que o levem a avançar e perceber seus enganos.
O professor então precisa compreender claramente as ideias matemáticas
de correspondência, comparação, classificação, sequenciação, seriação, ordem,
inclusão e conservação e possibilitar a apropriação destes pelos seus alunos.
Sem o domínio desses processos, as crianças poderão até dar respostas corretas,
mas certamente sem compreendê-las.
Bibliografia:
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